terça-feira, 27 de novembro de 2012

IZNOGUD CORRE PERIGO




Cheque-Mate, Muhammed Mursi?

Christof Lehmann (nsnbc) - 27/11/2012

Esta noite a Praça Tahrir, no Cairo, está tomada por pessoas, tendas, fogueiras e bandeiras. "Abaixo Mursi!", "Mursi tem que ir embora!" reverbera através das ruas do Cairo. O problema com o islamo-fascismo de Mursi e da Irmandade Muçulmana do Egito é que, depois de décadas de espera, eles se mostram demasiado ansiosos para mostrar sua verdadeira face. Já durante a campanha eleitoral presidencial, Mursi quase eliminou a chance dos Irmãos Muçulmanos tomarem o poder: "O Islã e a Democracia são incompatíveis", disse Mursi.

Em 22 de Novembro Mursi anunciou uma série de decretos presidenciais que, de acordo com os próprios decretos, não podem ser contestados, e que implicam varrer todo o poder para longe do sistema judicial e para as mãos do presidente.

Mursi estava certo no sentido de que o islamo-fascismo da Irmandade Muçulmana é incompatível com a Democracia. Esta noite milhões de egípcios nas ruas do Cairo e de outras grandes cidades egípcias mostram a Mursi que eles compreenderam o que Mursi quis dizer quando afirmou que o Islã e a Democracia são incompatíveis. A maioria deles são verdadeiros muçulmanos, apenas não são muçulmanos que apóiam a usurpação islamo-fascista do poder.

A questão é se Mursi vai entender o povo do Egito ou se vai tentar usar a força e mostrar a seus compatriotas quão pouco, de fato, a Irmandade Muçulmana tem a ver com a Democracia. Cheque-mate, Mursi?

A primeira resposta aos decretos-varrição de Mursi veio do sistema judiciário do Egito, que ameaçou com uma greve nacional geral, a menos que Mursi retirasse os decretos. Mursi respondeu suplicantemente em 25 de novembro que a tomada de poder era apenas temporária e exclusivamente destinada a acelerar os processos contra membros do governo Mubarak e aqueles que tinham sido acusados ​​de violência contra os manifestantes durante a "Primavera Árabe" de 2011.

É questionável se Mursi está sofrendo de mania de grandeza, mas se ele pensou que poderia acalmar as preocupações do Judiciário dizendo-lhe implicitamente que tudo o que ele pretendia com os decretos era um espetáculo de julgamentos sumários contra seus adversários políticos, esse foi um erro que poderia apoiar essa suposição.

O golpe de Mursi começou em junho, quando ele dissolveu a câmara baixa do Parlamento do Egito. Em agosto Mursi destituiu dois generais de topo e outorgou-se maior autoridade sobre os poderosos militares.

Em 26 de Novembro 10.000 pessoas protestaram contra a mais recente manobra de Mursi pelo poder, chamando-o de Faraó Mursi. Dois jovens morreram durante confrontos com as forças de segurança. As procissões fúnebres se transformaram em protestos de massa. Hoje à noite Mursi é confrontado por milhões de egípcios que protestam nas grandes cidades do Egito.

Praça Tahrir, Cairo


Como o mau Emir Iznogud na série de desenho animado Iznogud, que quer ser califa no lugar do Califa, e que se mete em uma fria após outra, Mursi está fazendo o papel de Iznogud esta noite.

A comparação entre Mursi e Iznogud não é forçada. Tentar usurpar o poder, para facilitar julgamentos sumários espetaculares de acusados ​​de violência contra manifestantes, trouxe-o esta noite a uma situação em que ele é confrontado por milhões de egípcios, muitos deles carregando faixas e cartazes com as fotos dos dois jovens que foram mortos em protestos contra ele.

Hoje à noite e amanhã Mursi terá que tomar sérias decisões. Decisões que vão determinar se seus próximos movimentos vão levá-lo a um cheque-mate. Será que ele vai se atrever a desafiar ainda mais o povo egípcio, desafiar uma oposição egípcia cada vez mais unida, e os militares, ainda muito poderosos?

Será que ele vai se atrever a competir em violência com Mubarak e se arriscar a partilhar uma cela de prisão com ele em breve, e tornar-se uma vítima de seus próprios decretos? Ou ele vai tentar apaziguar a oposição e os milhões de descontentes na Praça Tahrir e em todo o Egito, e perder o resto da sua credibilidade?

Quase dois anos após o seu início, esta noite o povo do Egito cheira a brisa fresca de uma real primavera árabe, e Mursi sente o ar frio de uma queda que se aproxima.

http://nsnbc.wordpress.com/2012/11/27/check-mate-muhammed-mursi/





GAZA

A REALIDADE QUE A MÍDIA DO IMPERIALISMO NÃO MOSTRA (20/11/2012)


ISRAEL BOMBARDEOU O ESTÚDIO DA RT EM GAZA (Ing/Fr)


PRECIOSA PALESTRA DE UMA PROFESSORA ISRAELENSE (Ing/Esp)


http://libia-sos.blogspot.com.br/



VENEZUELA CONSTRÓI O SOCIALISMO (Esp/Ing)



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